sábado, 13 de dezembro de 2008

SONHO...Inscrições abertas.



Sim, eu moro no 204. Apt. 204. Vista de prédios, gaivotas e o infinito.
Não. Não tenho referências de amores vãos. Até já tive experiências, confesso, mas deixei telefone e endereço em alguma gota de lágrima desperdiçada num choro sem alma.

Minha morada é pequena, sala, cozinha, banheiro e quilombo. É, quilombo mesmo, lugar pra onde fujo mais de mim do que dos outros e onde a mente em resistência evita lembrar com saudade do que um dia o coração pensou ser, guerreando incessantemente...

Sou sim das reticências... Dessa continuidade infinita que ela me remete, da possibilidade que não se extingue, da intensidade que não retrai...

Já. Já calei quando queria falar e por isso sou a mais infeliz das mulheres e a mais sábia entre os hipócritas, porém confesso a minha dificuldade com a omissão, pois entre o FAZER e o NÃO FAZER, ainda estremeço ao saber que existem seres tão absurdamente pequenos que preferem o NADA FAZER...

Briguei. Não nego. Afinal de contas é inadmissível acordar às 06 horas ouvindo a música de João Gilberto que vinha do térreo... João Gilberto é melodia de individualidades...tem que ser baixinho, sussurrado, com vista pra imensidão da noite, céu estrelado e não vigas de concreto com a claridade do sol...É um encontro mais que intimista...

Vim direto pra cá. Só tive o cuidado de antes passar rapidamente no manicômio judiciário e lá deixei os assassinatos ao meu prazer, à minha realização, ao sonho infantil da alma gêmea, ao filho que não passou de um pensamento em estado fetal...

Qual a minha expectativa aqui?? Esquecer da minha “Matrix” interior... Quero voltar a acreditar em musiquetas de caixinha de música, em balanço no quintal de casa, em beijo roubado no portão...O lúdico berra em minha alma feito choro de criança...

Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkkk QUE ÓTIMO!!!
    Lembro de uma pessoa sentanda no banco de um carro, calçando os sapatos... Que engraçado. Às vezes, quando percebo que me observam, procuro sorrir, porque geralmente involuntariamente, fico com cara de "te conheço?". É horrível. Coisa de herança. Herdei do meu pai. "Os bicuos" kkkkk Mas tenho trabalhado muuuuito e hj, na dúvida, riu antes, para todos. Não me lembro de ter feito isso com vc, mas enfim... Talvez também se encontrá-la na rua, não reconheça, mas enfim... Fale comigo, viu? É verdade. Sou pequena. Outra herança. Desta vez, de minha mãe. Whatever...
    O Vila Velha não estranho pra mim, não, apesar de eu não ser tãaaaaaaao frequentadora, mas estava atrasada para uma Reunião no Palácio da Aclamação com a Fundação sobre o mês do Teatro. Mas me passaram o endereço incompleto. Mas enfim... super me achei depois.
    Adorei a história e obrigada pela visita!!!
    Kisses,

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