quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Queria a liberdade de não ter que escolher...



A palavra LIBERDADE vem dominando meus ouvidos, olhos e boca nesses tempos, como num chamado maximizado para que olhe para ela, a minha Liberdade. Se engendrou na minha casa, nos meus gestos, nos meus quereres, nos meus desgostos. Só esqueceu de se tornar vida, de dizer a que veio. Pra que veio?


Vejo o mundo se movendo, saídas e entradas, criadores de diferenças, manutedores de mesmices, seres atuantes nessa modificação necessária do mundo e ela está lá. Pacífica, desleixada, corrosiva, dissimulada, quase não se fazendo notar, mas frente atuante de todas as áreas. Somos suas reféns. Eternas reféns de exercê-la. Não posso me desobrigar desse carma, pois é o único que conviverei até os últimos tempos(se existe último de algo. Penso que não.).


A Liberdade é dominadora, impiedosa, a mais dura das penas. Nos impôe escolhas eternas. Somos obrigados a escolher tudo sempre, das minúsculas coisas às gigantescas tomadas de decisão. Só não escolho não ser livre. É a única prisão que a liberdade nos impôe: sermos dela eternamente. Dependência irremediável, idialogável. Sartre já dizia que a "liberdade é uma condenação" e creio que seja uma triste constatação de quem já se deu conta da crueldade que é ser livre, escolhendo tudo, menos o Ser livre ou deixar de Ser livre. É realmente uma condenação à liberdade o que vivemos, na medida que sou a responsável e estou presa às possibilidades de resultado dessas escolhas que sou obrigada a fazer o tempo todo para minha vida.

Queria a liberdade de não ter que escolher...

Mas como diria Gabriela...Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim. Prisioneira da minha Liberdade.

Melhor parar antes que cause um curto-circuito em alguém. É...também é uma escolha... e já sou responsável por ela.

E sigamos, condenados, presos. LIVRES.


"Mesmo sem me libertar eu vou..."
Marcelo Camelo - Liberdade

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